Explicada a história de ‘fora da lei’ da vida real de Raquel de Oliveira

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Explicada a história de 'fora da lei' da vida real de Raquel de Oliveira

Como defensor de dramas policiais baseados em histórias da vida real, devo dizer que Outlaw da Netflix realmente chamou minha atenção. A história de Raquel de Oliveira, uma mulher que saiu das profundezas da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, para se tornar um dos traficantes de drogas mais temidos do Brasil, é simplesmente surpreendente.


A mais recente sensação de suspense policial da Netflix, intitulada “Outlaw“, é inspirada nos acontecimentos reais que cercam a brasileira Raquel de Oliveira.

Como cinéfilo, deixe-me compartilhar minha empolgação com a próxima cinebiografia sobre os senhores do crime, inspirada no livro de Oliveira de 2015, “A número um”. Este filme nos leva pela jornada de vida de Oliveira, desde as movimentadas ruas do Rio de Janeiro até o auge de um dos mais formidáveis ​​impérios de drogas do mundo.

João Wainer, escritor e diretor, transformou a cativante história de Oliveira em um filme de sucesso na Netflix, proporcionando ao público o primeiro vislumbre de sua extraordinária história na tela grande.

A história de fora-da-lei da vida real de Raquel de Oliveira

Explicada a história de 'fora da lei' da vida real de Raquel de Oliveira

Como cinéfilo devoto, posso dizer que o filme “Fora da Lei” da Netflix faz um trabalho impressionante ao retratar a verdadeira jornada de Raquel de Oliveira. Este filme emocionante revela a história de como ela ascendeu na hierarquia traiçoeira para se tornar um dos notórios chefões do tráfico do Rio de Janeiro.

Nascido extremamente pobre na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em 1961, Oliveira viveu uma vida que era dolorosamente comum entre aqueles criados nas comunidades mais carentes do Brasil. Seus primeiros anos foram marcados pela prevalência do abuso de drogas, trabalho sexual e crimes violentos.

Inicialmente, sua residência era uma estrutura temporária na região serrana do Rio, com teto de metal corrugado e piso de terra. Ela relata esse período como aterrorizante, coabitando com uma família com dificuldades financeiras e um pai que mais tarde rotulou de “pedófilo”, segundo o Yahoo News.

Quando ela tinha seis anos, seu pai abandonou a família, fechando o barraco no caminho e indo embora sem deixar rastros. Daquele momento em diante, ela não teria mais nenhum contato com ele.

Ainda tenra idade, Oliveira experimentou pela primeira vez uma substância ilegal. Ela inalou cola, esperando que isso pudesse aliviar a persistente sensação de fome que sempre sentia dentro dela.

Durante muitos anos, ela continuou a viver como tal, até que, surpreendentemente, aos nove anos de idade, a sua avó a colocou à venda na indústria do comércio sexual.

Oliveira passou essencialmente seus anos de formação trabalhando nos diversos bordéis do Rio. Aos 11 anos, ela recebeu sua primeira arma de um ‘padrinho’ do chefe do crime local e, aos 15, ela faria sua primeira morte, assassinando um homem a sangue frio depois que ele tentou estuprá-la durante um tráfico de drogas. 

Em pouco tempo, Oliveira embarcou em uma jornada que a levou a se tornar a notória chefe do crime que é reconhecida hoje.

Oliveira, de 25 anos, iniciou um relacionamento e mais tarde se casou com o notório chefão do tráfico Ednaldo de Souza, comumente conhecido como ‘Naldo’. Naldo ocupou uma posição significativa no tráfico de drogas, supervisionando as operações na maior favela do Rio, La Rocinha, durante a década de 1980 – um período de intensa violência na cidade.

Por estar tão intimamente associado a alguém tão famoso quanto a figura do tráfico de drogas no Brasil, Oliveira também ganhou uma forma particular de reconhecimento ou fama. Assim como Naldo era admirado e inspirava medo, Oliveira era tido em consideração semelhante.

Como resultado de um violento tiroteio com as autoridades locais, no qual o seu marido criminoso foi morto, Oliveira posteriormente assumiu o controle da sua organização criminosa, solidificando a sua posição como um dos notórios líderes do crime no Brasil.

Neste ponto, Oliveira ganhou a reputação de ser excepcionalmente impiedoso. Conforme relatado por alguns de seus ex-companheiros (do Daily Mail), esse ex-traficante brasileiro muitas vezes enterrava seus adversários vivos ou os assassinava a sangue frio, se não o fizesse por outros meios brutais.

Em termos simples, ela não tinha intenção de deixar que outros impedissem o seu progresso, e este facto foi amplamente reconhecido. No entanto, também se sabia que ao longo da sua vida anterior a este ponto, ela não só se envolveu no tráfico e fabrico de substâncias ilícitas, mas também foi pessoalmente viciada em cocaína, tendo desenvolvido um forte hábito ao longo do tempo.

No final das contas, Oliveira se viu incapaz de continuar com a dependência da cocaína, que fazia parte de sua vida há tanto tempo. Depois de muitos anos operando no auge do submundo do crime carioca, um violento ataque de uma gangue rival em um bar local do Rio levou Oliveira a abandonar esse estilo de vida.

Em 2005, ela se internou em um centro de recuperação e começou a escrever como forma de encontrar conforto e paz por meio de suas expressões escritas.

Em 2015, Oliveira expressou à AFP (conforme noticiado pelo Global Times) que escrever lhe traz alegria, servindo como alternativa à cocaína. Ele mencionou isso como um meio de escapar da dor. Ela discutiu abertamente a perda de tudo, essencialmente o uso de todos os seus recursos e, eventualmente, o reconhecimento de que precisava de ajuda.

Como crítico de cinema, embarquei em uma jornada intrigante quando descobri meu novo amor pela escrita. Essa paixão me levou a descobrir uma entidade brasileira fascinante – a Feira Literária Internacional da Periferia, ou FLUPP, abreviadamente.

A participação no festival literário poderá inspirá-la a começar a redigir o seu livro de estreia, resumindo as experiências extraordinárias que acumulou até então. Ao escrever, ela descobria verdades surpreendentes sobre certos indivíduos que considerava familiares e conhecidos, causando um impacto profundo na sua compreensão desses relacionamentos.

Oliveira está agora com 63 anos e está sóbrio há quase 20 anos. 

Outlaw agora está sendo transmitido pela Netflix. 

2024-09-15 02:33